O enoturismo une a América Latina e a Europa

O VI Congresso Latino Americano (Iberoamericano) de Enoturismo encerra com o fortalecimento da Aenotur e com avanços na união entre os países da América Latina e da Europa, em prol do desenvolvimento do enoturismo

“Juntos somos fortes. Juntos somos melhores”. Esta é a frase que expressa a 6.ª edição do Congresso Latino Americano de Enoturismo, que decorreu nos dias 17 e 18 de novembro, em San Rafael, Mendoza (Argentina) e que é partilhada pela organização: Ministério de Turismo da Argentina, Província de Mendoza, Município de San Rafael e ‘Bodegas de Argentina’ que, juntamente com a Associação Internacional de Enoturismo – Aenotur, trabalharam com os distintos saberes e poderes, realizando um “excelente congresso”.

Participaram no congresso representantes de diferentes países (além da Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, França, Portugal e Uruguay), que partilharam experiências e dificuldades no âmbito da afirmação do enoturismo e demonstraram o quanto a união pode fortalecer o setor. “Não somos concorrentes no enoturismo, somos parceiros e, desde agora, trabalharemos em algumas frentes conjuntas”, pode ler-se nas conclusões do congresso.

José Arruda, secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) esteve no congresso em representação da Aenotur Portugal, abordando o panorama do enoturismo português. José Calixto, presidente do município de Reguengos de Monsaraz e da RECEVIN - Rede Europeia das Cidades do Vinho, enviou uma mensagem ao congresso, através de videoconferência.  

Principais linhas orientadoras do VI Congresso Latino Americano de Enoturismo:

    •    Criação e comercialização de roteiros integrados, unindo o Brasil, Uruguay, Argentina e Chile, com a iniciativa assumida por agências e operadoras destes países, conforme apresentação feita pela Diretora da Ketek Eventos & Turismo, Romanella Paggi;
    •    Implantação das ‘Cidades do Vinho’, em parceria com a Recevin, a exemplo do que acontece na Europa, tendo o apoio do presidente da entidade, Jose Calixto, que reforçou o apoio da Aenotur, em videoconferência;
    •    Adoção do ‘Dia Mundial do Enoturismo’ por todos os associados da Aenotur, a ser comemorado no 2° domingo de novembro;
    •    Aumento do número dos associados da Aenotur, sendo que a Argentina deverá associar as suas regiões vitivinícolas, conforme expressou a Subsecretária de Desenvolvimento Turístico do Ministério de Turismo, Silvana Arrieta. O Chile também deverá associar-se, através da Rota de Vinhos do Vale de Colchagua, trabalho que será articulado por Rodrigo Alcalde;
    •    Realização de duas edições do Congresso de Enoturismo, em 2017, sendo a primeira na Europa (Portugal e Espanha), possivelmente a ser realizado em maio, e na América Latina, no Chile, provavelmente sendo realizada em setembro. José Arruda, de Portugal, e Rodrigo Alcalde, do Chile, respetivamente deverão articular a realização das duas edições;
    •    Realização das festividades, em maio de 2017, em comemoração do 3.º aniversário da Aenotur, com a inauguração da sede, em Viana do Castelo – Portugal, e a eleição da nova direção;
    •    Promoção de um encontro de Rainhas das Festas da Vinha e do Vinho, a ser articulada pela Argentina;
    •    Encaminhamento com a Recevin e Città del Vino, para realização do concurso internacional de vinhos “La Selezione del Sindaco”, incluindo os municípios associados à Aenotur;
    •    Disseminação do conhecimento sobre os museus do vinho, estimulando a implantação de novas ofertas, além da participação no próximo congresso promovido pela Recevin;
    •    Promoção e participação na 2.ª Conferência de Enoturismo, promovida pela Organização Mundial do Turismo – OMT, que será realizada em Mendoza - Argentina, de 22 a 24 de outubro de 2017;
    •    Promoção e participação no III Simpósio Internacional Vinho e Saúde, a ser realizado em Bento Gonçalves – Rio Grande do Sul – Brasil, de 1 a 3 de junho de 2017;
    •    Fortalecimento dos canais de comunicação (Fan Page, Grupo de Trabalho no Facebook, site, e-mails e outros). “Acima de tudo, enoturismo é convivência, para que o grupo siga unido e imbuído do espirito de construção conjunta”.

Principais conclusões do VI Congresso Latino Americano de Enoturismo:

    •    Necessidade de partilharmos experiências e realizarmos trabalhos em conjunto, para que possamos ampliar a competitividade dos destinos enoturísticos;
    •    Novos destinos enoturísticos estão a surgir no mundo e estes precisam de investir em inovação e criatividade, reforçando a identidade local, a sua cultura e paisagem.  Tal posicionamento também deve ser tomado pelos destinos já existentes;
    •    Ser necessário que os destinos enoturísticos invistam em qualificação e capacitação profissional. Cursos de extensão e pós-graduação são os indicados, no momento, visando à agilidade nos processos e o envolvimento de profissionais, em diferentes níveis de educação e campos de atuação;
    •    Procurarmos a adequação das formas de promoção, adequando os destinos e empreendimentos enoturísticos aos novos tempos, com o advento da internet, utilizando-se planos de marketing que privilegiem estratégias planeadas, integradoras, inovadoras e contínuas. A ‘inteligência de mercado’ deve ser aplicada;
    •    Enfatizar mais a valorização da agricultura, da viticultura, do trabalho do engenheiro agrónomo, do território, o que deverá refletir-se no vinho, na arquitetura e na gastronomia; ‘O vinho pode ser mais que uma indústria’;
    •    Trabalharmos para o desenvolvimento do enoturismo (planeamento, desenvolvimento, promoção e diagnóstico), contribuindo com a economia global e para a partilha entre o setor público, privado e entidades. É fundamental que os governos destas nações, províncias ou estados e municípios apoiem o segmento, como estratégia para o desenvolvimento social e económico. ‘Associativismo é um conceito de crescimento’;
    •    Procurarmos entender o perfil do enoturista e diferenciar o seu atendimento, minimamente entre os ocasionais, interessados e conhecedores ou apaixonados;
    •    Desenvolvermos roteiros, produtos complementares e reforçar a complementação da oferta;
    •    Promovermos a preservação do património e da paisagem vitivinícola, base da oferta enoturística.

Publicado em: 21, Novembro 2016
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